Moda de Rock!

Os violeiros Ricardo Vigninni e Zé Helder gravaram em 2010 um trabalho chamado "Moda de Rock". O nome diz tudo: rock na viola caipira. O público mais purista pode ver esse trabalho com desconfiança, mas tratando-se desses dois violeiros - que interpretaram vários clássicos do rock com uma pegada bem violeira - não há do que reclamar. O CD é muito bom e os shows estão chamando a atenção pela qualidade e ousadia da proposta: bem ao estilo rock´n roll!
O CD contém 11 faixas com clássicos de bandas consagradas como Beatles, Led Zeppelin, Iron Maiden, Sepultura, e outras pedras.
Só pra se ter uma idéia da proposta, segue abaixo a música "In The Flesh" da banda inglesa Pink Floyd (a partir do trecho do filme "The Wall", 1982) e depois a versão violeira da mesma:

EVENTO: Violas, guitarras e outras modernidades

O QUE: "Projeto que fará um panorama da viola caipira e dos contornos dados por músicos de vanguarda ao instrumento. A proposta é mostrar a música de raiz e suas vertentes criadas a partir da utilização da viola como instrumento base"  FONTE
QUANDO: 20, 21, 27 e 28/10
ONDE: Sala Cássia Eller, Complexo Cultural da Funarte, Eixo Monumental, Brasília DF
FICHA TÉCNICA:
Participantes: Pereira da Viola + Dillo D`Araújo; Rodrigo Caçapa + Hamilton de Holanda; Fernando Sodré + Pedro Martins, Cacai Nunes + Nicolas Krassik e Roberto Corrêa

EVENTO: Marcos Mesquita & Banda

O QUE: Show do violeiro e professor Marcos Mesquita acompanhado de banda
QUANDO: 20/10 5a feira, às 21hs
ONDE: Centro Cultural de Brasília, 601 norte (avenida L2)
FICHA TÉCNICA:
Marcos Mesquita (violas caipiras, violão 6 aço e voz), Fábio Pessoa (violão 6 nylon, baixo elétrico e voz), Michel Venâncio (violão 6 aço, baixo semi-acústico e elétrico) e Vitor Mesquita (viola caipira, violão 6 aço e gaita harmônica).

EVENTO: Brasil Clássico Caipira

O QUE: Repertório de clássicos caipiras como Chalana, Luar do Sertão e Chico Mineiro trazidos ao público em belos arranjos para orquestra e cantadas por diferentes artistas do gênero
QUANDO: 17/10, 20hs e 18/10, 10h e 20h
ONDE: Sala Villa Lobos, Teatro Nacional Cláudio Santoro, Brasília DF
FICHA TÉCNICA:
Vozes: Irmâs Galvão, Pereira da Viola, Dércio Marques, Genásio Tocantins
Apresentação: Antônio Grassi
Arranjos para a orquestra: Joaquim França
Regência: Cláudio Cohen
Orquestra: Orquestra Sinfônica do Teatro Nacional Cláudio Santoro
Direção musical: Rildo Hora
Direção geral: Nilson Rodrigues

Os pagodes-de-viola

Todo mundo que aprende viola quer logo aprender o intrigante ritmo do pagode-de-viola. É um toque que encanta e que simboliza uma nova fase da viola - a dos violeiros solistas. O crédito para a criação desse ritmo vai para Tião Carreiro, mas há que diga que outros violeiros também participaram de sua criação. O fato é que o Tião foi quem consagrou esse ritmo com uma execução impecável e o eternizou com composições inesquecíveis.
No site do Revista Viola Caipira tem um passo-a-passo legal pra executar o ritmo.
O que não falta no youtube são vídeos de execuções do pagode. Selecionei alguns vídeos e os organizei numa ordem de dificuldade:

Uma mão direita bem clara foi a executada pelo David Godoi neste link: http://www.youtube.com/watch?v=2EnL4jvRWgI (não consegui trazer o atalho do vídeo pra cá).

Fernando Deghi mostra o passo-a-passo de maneira bem minuciosa. Reparem que ele começa no que seria o 5o toque (matada):

Aqui, apesar do violeiro não executar o ritmo no ritmo normal, pode-se já ter uma idéia da mecânica das duas mãos:

Mão direita e mão esquerda pra gente acompanhar. Notem que aqui o violeiro também começa a contar do 5o, chamando ele de 1o... Sempre quando se começa do 5o toque (matada) não se começa da "cabeça do tempo", ou seja, do tempo-forte, e sim do final do ritmo.

Rafael Torquato. Uma movimentação legal da mão esquerda, explorando acordes da tônica e da dominante:

Um ritmo muito bem executado, feito de forma simples. Explorando bem os duetos. Detalhe na mão esquerda:

Daniel Viola executa variações do ritmo sendo acompanhado pelo cipó preto.

Observem que aqui o violeiro já brinca mais com os ligados da mão esquerda. O ritmo fica mais "enérgico" e em algumas vezes um pouco incompreenssível:



Tião Carreiro: a viola do futuro

Dia 15 de Outubro é o aniversário de falecimento de uma lenda da viola: José Dias Nunes, o Tião Carreiro. No ano de 1993 o Brasil perdia seu violeiro mais louvado, vencido pela diabetes aos 59 anos de idade. Este blog não poderia deixar de reverenciar esse mestre postando aqui uma de suas últimas entrevistas para a televisão, na TV Cultura, dois anos antes de seu falecimento. Trata-se de uma homenagem diferente: em vez de só ouvir suas músicas, vamos conhecer um pouco desse grande artista que mesmo nos últimos anos de vida não perdia a majestade.

O engraçado é o ambiente da entrevista! Reparem na alegria do apresentador que não sabe se dá mais atenção ao hot-dog ou ao Tião!! Vale conferir! Um achado!

Orquestras de violas

Aproveitando a realização do primeiro ensaio da nossa Roda de Viola, vamos falar sobre as orquestras de viola. Garimpei alguns vídeos de orquestras atuantes no Brasil e vou estar postanto alguns exemplos de formações e possibilidades de repertório.
Existentes em vários estados brasileiros, as orquestras de violas são grupos formados por diferentes linhas de violas (naipes). Cada naipe é composto por, no mínimo duas pessoas que executam exatamente a mesma coisa. Juntos os diferentes naipes compõe o arranjo de uma música. Em geral os naipes dividem-se a partir do modelo tradicional de dupla caipira: solo e acompanhamento. Em muitos casos, todos ou alguns integrantes cantam a letra da música. É comum também a inserção de outros instrumentos como o violão, a sanfona e percussão. Segue alguns exemplos:

Orquestra Paulistana de Viola Caipira (São Paulo - SP)

a prestigiada orquestra de Rui Torneze executa "Tango to Evora" da cantora canadense Loreena Mckennitt:

Orquestra Filarmônica de Violas (São Paulo - SP)

Aqui segue um trecho de um clássico da música brasileira "Asa Branca", brilhantemente entortada pela orquestra do mestre Ivan Vilela

Orquestra Revoada Pantaneira Mirim (Campo Grande - MS)

A orquestra do Prof. André Luis, além das violas, trabalha com outros instrumentos de cordas como violões, violas clássicas e violinos, e aqui faz uma bela introdução com a alternância dos berrantes:

Orquestra de Viola Brasiliera de Atibaia (Atibaia - SP)

Observem que o regente Villaça toca um baixolão (baixo acústico), e canta a primeira parte, seguido de outro integrante, seguido do coro do resto da orquestra:

Roberto Corrêa à base de cordas!

A Orquestra à Base de Cordas, criada pelo músico Roberto Gnattali em 1998, é mantida pelo Conservatório de Música Popular Brasileira em Curitiba (PR). Sob a regência do maestro João Egashira, o grupo é formado por um representante de cada instrumento de corda das formações típicas presentes na música popular brasileira: violão, violão 7 cordas, cavaquinho, bandolim, violino, piano, contrabaixo e, claro, a nossa viola caipira. Quem ocupava o posto de violeiro até 2010 era Rogério Gulin (Viola Quebrada) e atualmente é ocupada por Junior Bier. A orquestra costuma homenagear um compositor arranjando para a sua formação suas músicas. Em 2009 o convidado da vez foi o violeiro de Brasília Roberto Corrêa. Segue abaixo duas músicas do Roberto potencializada pela orquestra: